quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O Terraço - Terceira Parte




Ela: Mesmo que estivesse ocupada, em alguns momentos não conseguiria evitar de pensar nele. Parecia tão interessado quando o vira no café, que me sentiria interessada. Sua aparência era a de uma pessoa alegre e transparente, era bonito, devo admitir.

Ele: Eu adoro meu trabalho, mas hoje teria vontade que o dia acabasse logo pra que pudesse vê-la. Desde que a vira no café, alguma coisa me chamara atenção. Não sei se era a aparência de mulher doce ou o mistério como tudo acontecera. Foi diferente, e eu queria vê-la pra saber se era realmente um flerte ou algo real.

Ela: Eu chegaria um pouco atrasada, devido as poucas vagas de estacionamento. Entraria pela porta da livraria com o olhar atento, só me distraindo um pouco pelo espaço, um dos cafés mais bonitos daqui, uma casa readaptada para uma livraria, com várias janelas, mesinhas, estantes e livros, ao fundo, um espaço aberto com jardins e mesas, e lá estaria ele.

Ele: Chegaria dez minutos antes da hora. Sentaria no espaço aberto, o calor ajudara na escolha. Pegaria uma das mesas perto do jardim, um pouco afastada, para vê-la de longe. Então ela passara pela porta de correr, parecia absorta com o espaço. Estava mais bonita que no dia anterior. Os cabelos pareciam enrolados, estava de vestido azul, o que destacava sua pele, era gostoso admirar. Então ela olharia pra mim, longos segundos.

Ela: Caminharia até a mesa com receio de tropeçar ou algo parecido, chegando, ele se levantara pra me cumprimentar com um beijo no rosto. Fora aquele beijo acertado na bochecha. Ficaria vermelha com toda certeza. Sentara de frente e via que ele ainda me observava sério.

"Dia lindo não?" - Ele se desconcentrou e olhou nos meus olhos
"Demais, ainda mais esse café, venho desde que me mudei." - Ela sorriu, estaria perdido, pensei.
"Que vantagem morar aqui do lado. Já pediu algo?"
"Ainda não, quis te esperar para o convite." - Arrisquei-me.
"Que bom, esperei pra vir aqui, tem várias coisas que gosto."

Ele: Pedira o cardápio ao primeiro atendente que vira, e enquanto isso pediria dicas a Izabelle do que comer, ela parecia ter bom gosto e entendia do assunto. Eu mudara de assunto e perguntara se ela soubera cozinhar, acertaria em cheio.

Ela: Nem perceberia o tempo passar, Os pedidos chegariam e tomaria o cappuccino  lentamente. Ele fizera o mesmo. Finalmente, pediria o caderno. Ele me deu e entendeu que era o sinal para nos despedirmos. Até oferecera para me levar ao carro, aceitei. Poderia sentir seu perfume quando levantamos da mesa.

Ele: Quando nos levantamos, ela estava perto demais, deixei que passasse em minha frente e pude sentir seu perfume. Era como se eu não estivesse ali, parecia algo tão irreal. Paguei minha conta, ela chegara rápido demais ao caixa para eu tentar pagar a dela. Nunca andei tão lentamente em direção a um carro como andei para levá-la.

Ela: Acho que acabaria ali, ainda éramos dois estranhos, mesmo com algumas semelhanças de gosto, só que eu nunca saberia explicar a atração que sentia por ele. Chegando no carro, virei pra ele para me despedir.

Ele: Não iria acabar ali, não podia. Ela me fizera esquecer do meu trabalho enquanto estávamos juntos e o seu olhar não mentiria sobre estar atraída também. Ela se virou pra mim, e encostando a mão em um lado da bochecha, dei um beijo no outro. Pude ouvir sua respiração. O ventou bateu na hora que ia me afastando e seus cabelos vieram ao meu rosto. Ela entraria no carro e eu queria tê-la em minha vida sem mais nem menos.

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